Intéressant! Bonne lecture!
Folha Dirigida, 31/05/2011 - Rio de Janeiro RJ
A tarefa de ensinar a norma culta
Alessandra Bizoni
E a polêmica em torno do livro "Por uma vida melhor", da Coleção Viver, Aprender, está longe de chegar ao fim. Titular da cadeira 33 da ABL (Academia Brasileira de Letras), o professor e gramático Evanildo Cavalcante Bechara reconhece alguns méritos na obra, mas critica a postura adotada pelos autores do livro. Autor da "Moderna Gramática Portuguesa", uma das mais utilizadas em nosso país, Bechara é taxativo ao afirmar que o "linguista assumiu o lugar do professor de língua portuguesa" ao defender a utilização da linguagem popular no livro didático. Na semana passada, na edição de nº 1.953, a FOLHA DIRIGIDA publicou uma entrevista com Marcos Bagno, docente da Universidade de Brasília (UnB), que saiu em defesa dos autores do livro "Por uma vida melhor". Dentre as críticas que fez, Marcos Bagno, ao comentar a nota oficial da ABL condenando o livro didático, disse: "Não concordo com nada que venha da Academia Brasileira de Letras (ABL) porque, na minha opinião, essa entidade simplesmente nem deveria existir. Ela não serve para absolutamente nada, não tem nenhum impacto em nossa vida social e cultural e só serve para gastar dinheiro público. Esses 40 senhores e senhoras não têm nada a dizer sobre ensino porque não atuam na área. A única exceção é o professor Evanildo Bechara, gramático respeitável, mas que, infelizmente, é francamente reacionário quando a questão é ensino de língua."
A questão do financiamento público já foi explicada pelo acadêmico Murilo Melo Filho, segundo secretário da ABL, na edição de nº 1.954 da FOLHA DIRIGIDA, que fica nas bancas até esta quarta, dia 1º de junho. Segundo Murilo Melo Filho, a ABL não recebe quaisquer recursos públicos e obtém seu financiamento a partir do aluguel do prédio de 33 andares, que fica ao lado da sede histórica da instituição, em um quarteirão valorizado no Centro do Rio de Janeiro. Mantendo sua postura democrática e o interesse em esclarecer nossos leitores em torno da polêmica criada do livro didático, a FOLHA DIRIGIDA abriu seu espaço ao conhecido gramático, que dá, aos leitores, uma verdadeira aula de ensino de língua portuguesa. Indo além da análise feita pelos principais órgãos de imprensa, Bechara condena a escolha do texto de interpretação, presente no capítulo da obra disponível na internet.
"O texto apresentado, no mesmo capítulo, como texto de língua escrita para interpretação ‘Migna terra’, de Juó Bananére*, é escrito em um dialeto ítalo-português oral do início do século passado. O texto tem expressões como ‘Migna terra tê parmeras,/Che ganta inzima o sabiá’. Nós não damos para um aluno que está aprendendo a ler um texto de Guimarães Rosa, porque ninguém fala como Guimarães Rosa escreve. E língua portuguesa de Guimarães Rosa é uma estilização, como Juó Bananére faz uma estilização do italiano. E, nesse momento, percebemos que entrou o linguista no lugar do professor de Português", afirmou o educador.
Membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra, professor titular e emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), além de titular da cadeira nº 16 da Academia Brasileira de Filologia (ABF), Evanildo Bechara, aos 83 anos, ainda leciona no curso de pós-graduação de Ensino de Língua Portuguesa oferecido gratuitamente no Liceu Literário Português. Defensor da língua portuguesa, ele argumenta, nesta entrevista, que o linguista não pode ocupar o lugar do professor de língua portuguesa na educação básica.
Em entrevista publicada recentemente na FOLHA DIRIGIDA, o professor
Marcos Bagno, da UnB, o classificou como "gramático respeitável, mas francamente reacionário quando a questão é ensino de língua". Como o senhor rebate estas críticas?
Evanildo Bechara - Os filósofos gregos foram os iniciadores dos estudos de língua, geralmente, com preocupações filosóficas. Eles queriam saber, por exemplo, se a língua funcionava por criação ou por analogia. A linha do Marcos Bagno é a da sociolinguística, que estuda a participação do homem na vida da linguagem. Mas a participação do homem em todas as suas manifestações culturais é coisa de sempre. Os autores latinos traziam para a sua obra fatos da língua coloquial, da língua popular. Há autores como Petronio, que escreveu Satíricon. Existem os epigramas de Marcial. Cícero em uma carta familiar para um amigo escreveu: "você deve estar observando que eu não estou usando, aqui, o Latim que uso em meus discursos no Senado. Aqui estou usando uma linguagem mais coloquial ...". O professor Marcos Bagno pensa que tudo isso começou no quintal da casa dele. Na realidade, essa questão é antiga. O primeiro gramático da língua portuguesa, que foi Fernando de Oliveira, em 1536, já dizia que a língua varia com o tempo, com as regiões, de acordo com a idade das pessoas, com as profissões. De modo que essa preocupação da presença da língua popular e coloquial não começou com o livro dele, em 1999. Tenho um livro publicado na década de 80, já com 12 edições e várias reimpressões, sobre a questão da pertinência do ensino de gramática, que na época já estava sendo ventilada. Publiquei, pela Ática, o livro "Ensino de gramática. Opressão? Liberdade?" (1985).
E é possível ensinar uma língua sem ensinar a sua gramática?
O problema é como ensinar a gramática. É claro que a Abralin, que é a Associação Brasileira de Linguística, tem que aplaudir a posição de Marcos Bagno, um linguista. Mas a ABL, que tem por princípio estatutário o cultivo da língua, não pode aplaudir o que os linguistas aplaudem. Alguém está errado aí? Não. Cada um está certo no seu campo. O erro está em um linguista condenar a ABL ou a ABL condenar um linguista. A ABL disse apenas que o livro, naquele momento, inseriu a Linguística onde deveria estar tratando da língua padrão. Os linguistas não gostam nem dos textos literários, porque consideram que o texto literário é uma artificialização da língua natural e eles querem analisar a língua natural. É como examinar o rosto de uma pessoa produzida, maquiada, penteada, no qual nem sempre se pode perceber alguns defeitos que são revelados quando essa mesma pessoa sai de um banho. A língua literária é a "língua produzida" e a língua popular é o "rosto lavado".
Que avaliação o senhor faz do livro didático "Por uma vida Melhor", da Coleção Viver, Aprender, no qual formas usuais da linguagem popular como "os menino pega o peixe" são apontadas como alternativas de uso da língua portuguesa? O senhor chegou a ler o livro?
Ao analisar o livro "Por um vida melhor", da Coleção Viver, Aprender não tive acesso a ele por completo. Entrei em contato com a editora, mas não consegui um exemplar do livro. Encontrei, apenas, pela internet, o primeiro capítulo, feito pela professora Heloísa Ramos. E esse é um capítulo muito bom. Seu único defeito, e a nota da ABL explicita esse aspecto, o único momento infeliz foi quando a autora colocou em discussão o problema da língua popular.
Como o senhor classifica a língua popular?
A língua popular é aquela utilizada pelas pessoas de pouca cultura, que não tiveram a oportunidade de frequentar escolas, que são vítimas dessa dificuldade de não terem uma cultura sistematizada. Mas são pessoas que vivem, crescem, se casam, têm emprego, educam seus filhos. Uma língua (Português, Inglês, Francês), na realidade, é uma abstração. A língua é aquela parte falada em cada região, em cada situação discursiva, em cada momento. O que é a língua portuguesa? É a língua que estamos falando; a língua que as pessoas cultas falam e escrevem no Brasil; é a língua que se fala em Portugal, é a língua de alguns países africanos. Não temos uma realidade concreta da língua que está polifacetada, em diversas variedades. Cada uma dessas variedades se chama "língua funcional".
O que é a "língua funcional"?
É a língua que funciona para o analfabeto, para o semialfabetizado, para o indivíduo erudito, para o escritor. Uma língua histórica, como o Português, o Francês ou o Espanhol, é um conjunto de línguas funcionais. E dessas línguas funcionais há a eleição de determinados fatos comuns na linguagem daqueles que mais leem, mais têm cultura geral, mais têm cultura de uso de língua e que leem os bons autores... Esta língua se chama a "língua padrão", que antigamente se chamava língua culta. Mas o termo culta tinha um peso pejorativo em relação a quem não a usasse, que, então, adotaria uma língua "inculta". Hoje, nós, os linguistas, gramáticos e filólogos, preferimos o termo "língua padrão".
E com relação ao livro didático "Por uma vida Melhor", da Coleção Viver, Aprender, qual é o seu parecer?
A autora do livro pecou quando diz que, para se aprender uma língua, a língua culta, é preciso que haja um local, um momento e um material próprios. Ora, o livro didático não é nem o local, nem o momento e nem o material próprio para se falar de língua popular. Se o objetivo é a língua padrão, é a língua culta, a professora deve abrir o espaço para falar da língua culta. A presença da língua popular surge quando o professor estiver ensinando algo ou lendo um texto em língua culta e aparecer um problema sobre um uso popular. Até a presença do popular é vista com surpresa pela própria autora do livro, que diz: "Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro?’". E ela responde: "Claro que pode.". Essa frase indica surpresa da autora. Esse é o momento em que desapareceu o professor de língua portuguesa e apareceu o linguista. A própria professora toma a iniciativa de colocar a dúvida no aluno. Ela só pode fazer esse comentário se tiver na sala um aluno que diga "os livro". Mas se o aluno diz "os livros"...
Qual é a diferença entre a postura do professor de língua portuguesa e a do linguista?
O professor de língua portuguesa ensina a norma culta. O aluno vem para escola aprender uma variedade de língua que, teoricamente, não conhece. E o linguista é um técnico, aquele que estuda a língua sem preocupações normativas, que estuda o funcionamento da língua nas classes cultas, nas classes incultas. O linguista estuda como funciona a língua portuguesa em São Paulo, sob o influxo do Italiano; a língua portuguesa no Rio Grande do Sul, sob o influxo do Espanhol; a língua portuguesa no Nordeste, sob o influxo da língua que os portugueses trouxeram no século XVI para o Brasil na época do descobrimento.
Diante da posição adotada pela autora do livro, pode-se dizer que acabou o conceito de "certo" e "errado" em língua portuguesa?
Não é que acabou; é que o "certo" e o "errado" dependem da adequação e da inadequação do momento em que a língua é usada — diz o linguista e diz muito bem, já que uma língua é um conjunto de línguas funcionais. Mas a pessoa vai à escola para ascender socialmente, para aprender e ser alguém na vida. A função da escola é promover um processo de aprendizagem para cima - e não para baixo. É por isso que cito o linguista italiano Raffaele Simone: "A educação popular deixa o aprendiz na mesma condição em que está. E só a boa educação linguística é que o fará ascender socialmente".
Corrigir o "falar errado" é uma manifestação do "preconceito linguístico"?
Essa questão do "preconceito linguístico" foi algo que os sociolinguistas trouxeram à discussão para estabelecer, na sociedade, quem pode mais e quem pode menos. No entanto, esse preconceito não tem mão única. Ele surge tanto da pessoa que fala a norma culta em relação à norma popular, como aquele que fala a norma popular em relação à norma culta. Porque o preconceito resulta da diferença e a diferença não é só do mais para o menos, mas também do menos para o mais. Hoje, de acordo com o "politicamente correto", não se pode dizer o preto ou o negro. Porém, o negro diz do branco: "o branco azedo". Então, o preconceito tem duas mãos.
E como ficam professores e alunos diante dessa polêmica em torno do "preconceito linguístico"?
Hoje não faltam empregos no país. Faltam pessoas qualificadas, preparadas para ocupar as vagas de trabalho. Aprender exige um esforço. Essa história de dizer que a escola deve ser risonha e franca é apenas um convite para o estudo. Mas o estudo exige suor e lágrimas. Todos nós para chegarmos aonde estamos, trabalhamos. Não ficamos apenas em uma fila para ver o Paul McCartney; estudamos e trabalhamos para conseguir o dinheiro para comprar o convite. O estudo requer seriedade. E essa situação de "preconceito linguístico" é tão incômoda quanto o "politicamente correto". Todo mundo está reclamando do "politicamente correto", tudo o que dizemos cai na queixa ou na crítica do "politicamente correto".
Na sua avaliação, qual é a consequência de adoção de métodos como o do livro "Por uma vida melhor" no ensino de língua portuguesa?
Esse tipo de método ocasiona o que chamamos de "mesmice idiomática". O estudante vai para a escola e esta não o enriquece em seu padrão de instrução.
E o senhor teria outras críticas com relação ao polêmico livro didático?
A maioria das pessoas ficou apenas nas duas frases com a concordância errada. O texto apresentado, no mesmo capítulo, como texto de língua escrita para interpretação "Migna terra", de Juó Bananére*, é escrito em um dialeto ítalo-português oral do início do século passado. O texto tem expressões como "Migna terra tê parmeras,/Che ganta inzima o sabiá". Nós não damos para um aluno que está aprendendo a ler um texto de Guimarães Rosa, porque ninguém fala como Guimarães Rosa escreve. E a língua portuguesa de Guimarães Rosa é uma estilização, como Juó Bananére faz uma estilização do italiano. E, nesse momento, percebemos que entrou o linguista no lugar do professor de Português. A autora compara esse texto de Juó Bananére, do qual ela faz excelente elogio, com a "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, ressaltando a "postura ‘patriota’ extremamente sentimental presente no poema de Gonçalves Dias". Acredito que em um livro didático devemos apresentar textos de língua padrão, de língua culta, e não textos em um dialeto regional. Cornélio Pires, por exemplo, é um autor que imita o idioma italiano, mas seu texto é totalmente diferente do dialeto apresentado na obra.
E como o senhor analisa os exercícios presentes no livro?
Em alguns momentos, a autora leva o aluno a construir frases como "encontram-no", "fizeram-no", que são formas muito elevadas para uma criança, um adolescente ou mesmo um adulto que está dando os primeiros passos na língua culta. Ao mesmo tempo, apresenta exercícios com frases como "Comecei a trabalhá em um lugar agradável" e "Passeei bastante antes de percebê que tava perdida", para que o aluno as reescreva de forma correta.
Acredita que o simples fato de formas populares como estas estarem registradas em um livro didático pode confundir os alunos?
Claro. Mesmo porque ortografia, para o grande público, é memória visual. O público escreve a palavra como a vê escrita. No ensino da língua culta não há um estímulo para que os alunos falem assim. Queremos que o aluno aprenda não apenas a escrever, mas a falar a língua culta.
Como analisa a postura do MEC em manter a distribuição da obra, que chegou a quase meio milhão de estudantes, mesmo diante de tantas críticas?
O pobre do ministro Fernando Haddad delega poderes. A culpa menor é do ministro. A culpa maior é das pessoas que o acompanham e não tiveram o bom senso de evitar que Fernando Haddad entrasse nessa enrascada. Esses livros foram selecionados, não pelo ministro Fernando Haddad, mas sim por uma comissão de professores, que têm responsabilidades por isso. Aliás, o professor Marcos Bagno disse uma coisa certa: esse enfoque sociolinguístico começou na gestão do ministro Paulo Renato, do governo do PSDB. Essa questão independe do fato de serem funcionários de Paulo Renato ou de Fernando Haddad. A filosofia dos que escreveram os parâmetros curriculares nacionais (PCNs) é a dos linguistas. Essa filosofia ultrapassa governos; é muito válida no campo de trabalho dos linguistas, mas nem muito válida, para não dizer pouco válida, no ensino de língua portuguesa.
O senhor conhece a proposta de reconhecimento de um "português brasileiro", defendida pelo professor Marcos Bagno? A argumentação do professor da UnB procede? Por quê?
Monteiro Lobato dizia: "Assim como o português nasceu dos erros do Latim, o ‘brasileiro’ nascerá dos erros do português". Ora, é degradante para um país nascer da miséria de outro. Certa vez, no Colégio Pedro II, o professor Hermes Parente Fortes escreveu uma tese para ingresso na instituição defendendo a existência de um "português brasileiro". E o professor Oiticica (José Oiticica), catedrático de língua portuguesa, o examinou. O professor Oiticica disse a Hermes Parente Fortes: "eu vou passar a acreditar nessa tal de ‘língua brasileira’ quando o senhor traduzir para ‘brasileiro’ a oração do Pai Nosso. A característica de uma língua é a sua traduzibilidade. Se mudamos uma palavra por outra, isso não é tradução. O Espanhol é muito parecido com o Português. Mas é possível fazer a tradução tanto do Espanhol para o Português como do Português para o Espanhol. E que "língua brasileira" é essa, que quando se vai a Portugal se entende tudo o que se fala — às vezes ocorrem dificuldades pelo sotaque, mas não pela estrutura da língua. Podemos ler os jornais de Portugal. Não traduzimos Eça de Queiroz, nem José Saramago.
Na sua avaliação, qual é a metodologia mais adequada para o ensino de língua portuguesa?
Comecei a lecionar aos 18 anos e tenho 83 anos de idade. E nunca saí de sala de aula. Hoje, dou aulas no curso de pós-graduação de Ensino de Língua Portuguesa do Liceu Literário Português. O professor Marcos Bagno diz que sou "francamente reacionário" no ensino de língua portuguesa. Mas se fosse reacionário, minha gramática - "Moderna Gramática Portuguesa" - teria pernas curtas. O que eu não sou, dentro de sala de aula, é linguista. Sou professor de língua portuguesa.
A partir desse contato com os professores recém-formados no curso de pós-graduação, qual é a sua impressão a respeito dos cursos de formação de professores?
A formação dos professores é cada vez pior.
O livro do professor Marcos Bagno, por exemplo, é um sucesso nos cursos de Letras e de Pedagogia?
O livro do professor Marcos Bagno faz sucesso porque se trata de um linguista passando a mão na cabeça de professores que não sabem a língua. Então, os professores pensam: "eu não preciso ensinar isso...". Tudo o que os linguistas brasileiros dizem não é produto do seu pensamento linguístico, sua bibliografia é totalmente estrangeira. Tudo o que dizem veio de fora, dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Itália, da França. E, curiosamente, essas ideias defendidas aqui não são as defendidas nos países de onde essas teorias vieram. Ao consultarmos as gramáticas francesas, alemãs, inglesas, italianas, espanholas, verificamos o contrário do que os linguistas brasileiros dizem. O que os linguistas brasileiros pregam não representa um viés linguístico, representa um viés ideológico porque, se não fosse assim, isso estaria sendo aplicado em outros países. Isso estaria sendo aplicado na Espanha, por exemplo, onde a Academia de Língua Espanhola acabou de editar a Nova Gramática da Língua Espanhola — dois volumes somando quase quatro mil páginas.
Juó Bananére é o pseudônimo literário de Alexandre Ribeiro Marcondes Machado, que nasceu em Pindamonhangaba (SP) em 1892 e morreu em 1933. Machado passou a infância no interior paulista e em 1917 formou-se engenheiro pela Faculdade Politécnica da Universidade de São Paulo. Empregando uma linguagem toda especial, escrevia sátiras em algumas revistas e parodiava poetas conhecidos, como Olavo Bilac e Camões, além de satirizar políticos da época. Seus poemas foram reunidos no livro La divina increnca, publicado em 1924. (Nota do editor).